

Expressões por R$4,40
Foto por: Maria Eduarda Katalifós Gonçalves

Móbile Na Metrópole
Pensemos em um peixinho de estimação, que viveu sua vida inteira no mesmo aquário, posto no mesmo lugar, nunca teve a chance de ver o mar, a totalidade daquilo que poderia conhecer. Vemos esse projeto como uma abertura que esse peixinho teria (esse peixinho somos nós os alunos e aqueles que nos acompanharem) para poder explorar esse mundo "novo".
O projeto acaba por provocar novas reflexões e novos modos de pensamentos, durante todo o processo de produção, desde a formação de grupos, até possivelmente as últimas edições do documentário final, mostrar que existem mais coisas que podem compor sua realidade, que essa não é feita apenas pelas pessoas que ele conhece, coisas que ele vê ou locais pelos quais passa, sendo assim, ainda há uma grande gama de aspectos os quais ele pode descobrir.
Como dito, os peixes são os alunos e espectadores que puderam se integrar em todo esse processo, desenvolvido a partir dessa finalidade de expandir nossos horizontes. Especificamente os alunos terão uma etapa inicial que será a saída de campo: três dias no centro de São Paulo, local com o qual muitos de nós nem tem tanto contato, para que possamos sair de nossas zonas de conforto e ampliar nossa compreensão dos aspectos que compõe nossa vida.
Partindo de um tema geral inicial que este ano é “Humanamente?”, nós alunos devemos estudar como é construído o nosso próprio espaço de vivência e se esse se dá de forma humana, enquanto entramos em contato com nossa cidade, durante uma viagem de 3 dias que engloba as mais diversas “zonas” de São Paulo, onde conhecemos o desconhecido, criando uma rotina com coisas novas. Dentro disso é esperado que tenhamos que analisar o que de fato é algo “humano” e mesmo assim como isso se insere no tal processo de construção.
Além das reflexões, é proposto que realizemos um documentário de aproximadamente sete minutos, cujo propósito é expor todo o conhecimento obtido e todas as análises, mas de forma artística, para que assim possamos trabalhar nossas habilidades de produção audiovisual. Ademais de mostrar o que reunimos, o intuito é de inspirar reflexões em quem assistí-lo, para que possam, junto conosco, expandir nosso olhar, tendo como foco algum tema que escolhemos no início do ano.
Fora o documentário também produziremos um site , onde postaremos todo o processo por trás da criação e produção do projeto, para que aqueles que viram o nosso documentário e se sentiram mais interessados possam se inteirar no caminho que traçamos para chegarmos ao resultado final.
Sendo assim, o projeto trabalha várias práticas, tanto técnicas, para a produção de todos os meios em que apresentaremos o produzido, quanto emocionais, relativas ao modo como desenvolvemos a proposta do tema geral com o espaço tempo, “a construção da cidade de São Paulo, humanamente?”.
Nosso tema
A coisa que mais ouvimos dos nossos colegas que passaram pelo projeto foi que o mais difícil à se fazer - mais difícil do que o próprio documentário inclusive - era a escolha do tema. Como qualquer aluno que desconhece o que vem pela frente, não demos tanta importância até ser uma realidade. Nós precisávamos escolhê-lo.
Não foi uma jornada fácil e tampouco curta. Fazem três meses que estamos com esse projeto em mãos e depois de um longo caminho, longas discussões e tendo passado por outro tema, finalmente chegamos aquele que será o nosso trabalho.
Desde o começo, sabíamos que queríamos falar de algo que nos tocasse, só não esperávamos que, nesses meses, essa perspectiva se tornasse completamente outra, afinal o mundo a nossa volta mudou. Antes, acreditávamos que a complexidade de algo era determinante para a sua profundidade, mas percebemos que as coisas quase banais e muitas vezes esquecidas em nosso cotidiano, tem uma importância significativa, principalmente quando as perdemos.
Decidimos falar sobre o metrô. Abreviação de cinco letras responsável por designar a rede de metropolitano, um sistema de transporte sobre trilhos designado as áreas urbanas. O metrô de São Paulo, inaugurado em 1974, conta com 89 estações e, junto com o trem, é responsável pela circulação de aproximadamente 7,8 milhões de pessoas diariamente.
Essencialmente, o metrô é um lugar de passagem, um lugar da correria. Assim, como em outras grandes cidades ao redor do mundo, ele se tornou um símbolo do que é mais característico das grandes cidades, como a nossa capital paulistana: a multidão, a falta de individualidade e a pressa. A existência da arte de maneira abundante em um ambiente como esse acaba por questionar toda a lógica a qual ele está submetido.
Acreditamos que a beleza da arte está justamente por ela ser algo indefinível. Todos nós temos nossa própria percepção do que ela é e ela acaba tendo um papel singular na vida de cada um, transparecendo a nossa individualidade de uma maneira que nenhuma outra coisa consegue. Arte é percepção, cor, individualidade e conexão e nós buscamos problematizar como ela se dá de uma maneira tão única e pessoal em um ambiente que representa justamente o contrário: a impessoalidade e o cotidiano.