
Documentário
Bem-vindo à nossa aba Doc! Aqui será um espaço onde você poderá acompanhar nosso processo de produção.
Documentário final
O trabalho final do percurso desse ano tão singular. Esperamos que gostem!
:)
Videoargumento
O videoargumento é, acima de tudo, a delimitação de nosso trabalho. Nele, explicamos qual o nosso tema disparador, o percurso que pretendemos seguir e a relevância do tópico.
Docs do ano passado
“Mulheres que florescem” - sensibilidade e cor
“Como nossos pais”, composta pelo inigualável Belchior em 1976 e entoada pela voz de Elis Regina, é uma música sobre luta. Não foi uma escolha qualquer ela ser a trilha de fundo ao aparecer o título do documentário “Mulheres que florescem - Existência e Luta” e é responsável, já nos primeiros cinquenta segundos, por emocionar o espectador.
O mini documentário, produzido por alunos do segundo ano de 2019 da Escola Móbile, tem como foco a entrevista de Thassia e Samantha, duas mulheres transexuais que contaram com o apoio da Casa Florescer, um centro de acolhida a mulheres trans. O título do documentário, de maneira brilhante, alude tanto a organização que ajuda a essas mulheres fazendo um trabalho lindíssimo, bem como a temática do trabalho: de que as mulheres não nascem, mas sim florescem, crescem, cada uma com sua luta e individualidade, de maneira única e especial.
Thassia e Samantha não tiveram histórias pessoais fáceis. Rejeitadas pelas respectivas famílias, vieram para São Paulo em busca de mais aceitação, mas acabaram se envolvendo em uma realidade que, infelizmente, é a de muitas transexuais: crime, prostituição e uma severa rejeição por parte da sociedade. Elas, no entanto, não demonstram nenhuma tristeza durante os quase dez minutos. Vestindo cores vibrantes e com um sorriso no rosto, elas conseguiram florescer e apesar de as coisas não serem nada fáceis para mulheres transexuais, são vitoriosas, graças ao apoio da casa de apoio.
É difícil acreditar que adolescentes como nós, entre seus dezesseis e dezessete anos, foram capazes de tratar de um tema tão necessário, mas ainda assim tão subjugado, com tamanha sensibilidade. A escolha das entrevistas, o próprio roteiro são os grandes responsáveis pelo tom atribuído ao minidoc.
A fotografia e a trilha sonora. As cores alegres, as imagens dos murais e os momentos de escolha de trilha sonora são capazes de despertar emoção e empatia no espectador e é isso que nós, em nosso próprio documentário, esperamos realizar dentro do nosso próprio tema.
- Laura
“Eu de duas cores” - uma história que não será esquecida
A primeira frase presente no vídeo (“As distâncias em São Paulo, embora pequenas, podem ser longas demais”) diz muito, pelo menos para mim. Somente essas onze palavras me mostraram que existe uma separação social dentro de um mesmo espaço (geograficamente curto), que mostra um desconhecimento por parte de um grupo das relações que acontecem dentro de seu ambiente macro de vivência (a cidade de São Paulo) e que ao longo do documentário, essa frase se expandirá e será analisada.
Ao continuar o documentário, a música e imagens retratadas me causaram uma certa ansiedade, agonia, desespero e até stress, já que apareciam muitas coisas em sequência em um curto período de tempo, tentando demonstrar como a cidade vive, como ela acontece e como é o tempo dela.
Iniciando uma breve pesquisa sobre quem seria Benedito Orlando Gutilla, encontrei somente vários processos de despejo vinculado a essa pessoa física, além de um perfil no Facebook que retrata uma pessoa já com idade avançada. Ao longo do documentário, essa figura é caracterizada por sua filha, Maria Cecília, que demonstra um certo receio facial ao comentar sobre seu pai, demonstrando uma necessidade do mais velho de cuidados pessoais, de uma dependência principalmente relacionada a alguma doença/desabilitação com sintomas idênticos à do Alzheimer.
A diretora científica da ABRAz, Ana Luisa Rosas comenta ao longo de todo documentário sobre as interações que acontecem dentro da cidade, sejam elas entre você e um desconhecido (onde há uma necessidade de afastamentos do outro levado pelo medo) ou entre si mesmo (onde o tempo dessa cidade influencia seu psicológico e suas ações sociais). Acredito que a fala dela direciona um pouco quem assiste o vídeo, dando um norte para quem não conhece muito do tema, ou quem não entende muito o que acontece/ está sendo discutido.
No final do vídeo, minha hipótese inicial é confirmada, a ideia do grupo era mostrar como o Alzheimer impacta não só quem sofre dele, mas também a família e as pessoas que convivem com ele. Uma situação de dependência é criada. O grupo mostra como essa doença é silenciosa, já que em sequer momento do vídeo eles comentam do que o tema retrata e, por meio das falas, induziu o leitor a concluir que doença é tratada, além de criar uma empatia com quem assiste o curta, que, durante seus seis minutos, mostram à quem assiste, como é a vida de quem convive com o Alzheimer constantemente.
“É feita uma viagem ao mundo do afetado pela doença do Alzheimer, propondo então uma abertura de horizontes para enxergar uma nova realidade dificilmente perceptível ao senso comum e suas belezas, diante do caos vivenciado por ele diariamente.”
- Matheus