Criolo, Sato e MNM
- mnm202cg1
- 28 de mar. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 2 de jun. de 2020
Uns dias atrás, em uma ligação no House Party, foi recordado que ano passado nós tivemos uma crônica sobre a cidade São Paulo, nas aulas do Sato (professor de língua e produção) e pareceu uma ótima ideia colocar ela aqui.
Sempre gostei muito de escrever, é uma das coisas que eu faço para mim, para colocar a cabeça no lugar. Dessa forma, sinto que minhas melhores produções (se é que elas existem) estão nos meus infames diários, que minha mãe, uma psicóloga de adolescentes que me tem como objeto de estudo, me obriga a escrever desde pequena e nunca nas redações da escola.
Esse não é um dos meus melhores textos, eu não sou a fã número 1 dele, mas acho que vale a tentativa né? E mesmo se não estiver bom, vocês caros leitores, vão poder dar boas risadas, elas estão 100% permitidas.

Existe, sim, amor em SP
“São Paulo” é uma cidade distante”, ouvi uma amiga, nascida e criada em São Paulo, falar. Nós, paulistanos, crescemos acreditando no ideal de que a nossa cidade era um lugar hostil. Como não pensaríamos nisso não é? Afinal estava em todo lugar que passávamos: as pessoas no celular, na correria, estressados no trânsito.
Não foi a toa que Criolo compôs “Não existe amor em SP”. Esse já era um ditado popular por entre as ruas da megalópole, muito antes da canção. Eu via aquela frase pichada nos muros cinzentos e sendo falada por paulistanos que aproveitam a vida noturna. Confesso que aquilo ficou comigo, quase um hino entoado pelos moradores da Grande São Paulo ou um carimbo estampado em cada bebê paulista que nasce, já imerso na loucura da cidade grande. No final das contas, estávamos todos mergulhados demais no movimento para se dar ao luxo de pensar no amor.
Não me julgue, mas era isso que eu pensava. E foi com esse pensamento que eu embarquei na estação da Consolação, rumo a minha casa. Devo falar que o metrô não era minha coisa favorita no mundo, na realidade estava longe de ser. Principalmente naquele horário em que as pessoas, exaustas depois de um dia de trabalho, estavam desesperadas para voltarem aos seus lares. “Licença”, “Olhe para onde anda”, já eram frases conhecidas e que mostravam que ali não tinha um pingo de amor que fosse.
Bastou ver as portas do vagão abrirem, para eu enxergar pela primeira vez, São Paulo com o filtro colorido e não com o triste preto e branco Lá dentro ouvi um homem tocar, no violão de uma corda faltando, uma canção do Chico Buarque. Uma mulher, do lado oposto, dançava ao som de hip hop. Um casal apaixonado trocava olhares cheio de ternura e uma mãe arrumava as tranças da filha.
Desculpe, Criolo, mas acho que nós dois estivemos errados todo esse tempo. Porque eu estava ali, no epicentro da cidade, do movimento e da agitação, observando calada o amor em suas formas mais genuínas e vendo que existe sim o amor em São Paulo e, principalmente, o meu amor por SP.
Laura
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