Esquenta Móbile na Metrópole - Filosofia de Rua

Em um sábado de bloquinho, decidimos passar a tarde com os professores. Bem, duas membras desse grupo, porque um dos outros dois, de fato, foi ao bloquinho pré carnaval, enquanto o outro permaneceu em casa estudando para provas que seguiam a rotina mobiliana. O nosso “grupo”, “panelinha” ou qualquer outro termo que possa ser utilizado tem essa fama: gostamos de conversar com os professores, não conseguimos evitar.

Por favor, não julgue, não é síndrome de puxa saco nem nada do tipo. E, acreditem, muita gente acha que é. A gente só gosta, simples assim.

O programa foi o Filosofia de Rua e tinham várias missões para serem cumpridas no trajeto (eu me senti quase num joguinho de videogame). O destino era o Espaço Itaú onde nós iríamos assistir o filme francês “Os Miseráveis” para depois discuti-lo em algum espaço público da região.

Mas a aventura não começou com o filme, não, não, ela começou quando a gente teve que escolher onde iríamos almoçar. Combinamos de nos encontrar na Estação da Consolação, eles (Lari, Luana, Eduardo, Malau, Madu, Sophia e Malu) vinham da Estação Moema e eu da do Butantã. Estava combinado, até aquele momento, de que nós iríamos almoçar no restaurante de empanadas da Paola Carosella, o La Guapa.

Problema: ninguém ali sabia ir. Solução: Google Maps. Problema de novo: Estava mais longe do cinema do que nós pensávamos e nós estávamos com o horário apertado. Solução: Burger King da Avenida Paulista.

Os problemas não pararam por aí porque duas pessoas que estavam comigo e com a Luana (que não vou citar o nome por motivos de eles serem meus melhores amigos e se eles verem isso daqui vão ficar extremamente irritados) não ficaram nada satisfeitos com a nossa escolha de restaurante. Ninguém ali estava, embora eu ame Burger King não era exatamente o lugar ideal para um almoço com os amigos num sábado, mas era o que nós tínhamos e para mim, uma batata frita e uma pepsi já estavam mais do que suficientes. Eles não pensaram o mesmo e decidiram se separar do grupo para procurar o tal restaurante.

Eu fiquei emburrada durante o almoço e quando reencontramos eles já no Espaço Itaú, mas nada que um abraço e um pedido de desculpas não resolvesse, afinal nós estávamos ali para nos divertir juntos e isso que importava, não picuinhas por causa do almoço.

O filme escolhido foi “Os Miseráveis”, que já tínhamos ouvido falar na aula do Beto. No entanto, mesmo vendo o trailer e lendo uma breve sinopse, nada nos preparou para o que aconteceu naquela tela. O filme conta a história de um trio protagonista de policiais franceses que lidam com a juventude da periferia de Paris. É um tiro no estômago, me lembrando tanto do francês “Entre os Muros da Escola”, de Laurent Cantet, como o brasileiro “Cidade de Deus” de Fernando Meirelles, um dos meus diretores preferidos.

O longa traz a tona temas como violência policial, imigrantes na Europa e a criação de um Estado paralelo nos subúrbios. Todos os temas que foram discutidos depois do filme na praça Mário Covas junto com os professores e demais alunos e foi incrível!

Passados um bom tempo conversando e depois de experimentar os deliciosos brownies da Teresa, chegou a hora de se despedir e ir embora.

Apesar de ter falado tchau para os professores, nós não nos demos por vencidos. Eram seis da tarde, ainda estava claro, o dia estava lindo e nós estávamos com fome. E foi aí que a Teresa sugeriu o Urbe, um café super descolado na Rua Antônio Carlos, na Consolação. E foi prá lá que nós fomos (depois de comer um milho com manteiga na Paulista).

Tomamos chás gelados de todos os tipos, comemos um Devil’s Cake gigantesco e nos deliciamos com os incríveis brigadeiros de colher individuais (é sério, fazia tempo que eu não comia um tão bom quanto aquele). E depois de uma confusão para dividir a conta, o nosso rumo foi pra estação Consolação, onde cada um tomou o seu caminho incrivelmente felizes com aquela tarde mais do que única.

Laura

Fotos: Laura

Conheça o Urbe: https://www.instagram.com/urbecafebar/